quinta-feira, 2 de abril de 2009

Um Dia de Domingo




Dia desses, numa dessas intermináveis viagens de ônibus aqui em Fortalezina em que o exaustivo entra-e-sai de pessoas me deixa com a enorme sensação de nada mais ser que um reles "sujeito passageiro", me surpreendi quando ouvi tocar no rádio uma música da Gal - Um Dia de Domingo - e foi como se de repente, no meio daquele inferno, eu descobri-se uma epifinia, uma daquelas pequenininhas que o Caio Fernando fala... Na verdade eu nem gosto muito dessa música, mas não era ela em si, nem mesmo a voz da Gal (embora isso já fosse muito) o que me surpreendia... nem sei bem o que me surpreendia de verdade... Quer dizer, até sei o que era mas é difícil explicar de uma forma lógica... sei lá... confuso mesmo né!? Mas o que eu senti naquele instante não era confuso pra mim, nem mesmo agora as lembraças desse momento me parecem confusas... pra mim é muito claro: tão claro que chega a ferir os olhos de quem vê. O que eu sei é que nesse momento, ali sentado dentro do ônibus com o vento batendo no meu rosto, se eu fosse um cachorro teria colocado minha cabeça pra fora da janela só pra sentir a baba escorrer, sem peso, carregada pelo vento... Um prazer de cachorro pra uma vida de cão.

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