"Solidamente acorrentado à infinita encruzilhada torna-se o Passageiro por excelência, o prisioneiro da passagem. E a terra à qual aportará não é conhecida, assim como não se sabe, quando desembarca, de que tera vem. Sua única verdade e sua única pátria são essa extensão estéril entre duas terras que não lhe podem pertencer." (Foucault)
Habitando o "entre" me sinto suspenso: nem tão londe, posto que ainda enxergo, nem tão perto, tendo em vista o que já não posso tocar. Rompe-se Fortalezina: debaixo d'água diluem-se sentimentos e naufragam ilusões.
Como despedida a Morte, que me faz pensar a quanto tempo já estava lá, espreitando, ganhando terreno... Quantas mortes cotidianas enfrentamos sem ao menos nos darmos conta: um amigo que já não lembro mais, um sapato que já saiu de moda, um livro que já não leio, canções que já não ouço, palavras que se calaram, territórios onde já não sou...
